quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Brasil negocia compra de sistema antiaéreo da Rússia


O Exército brasileiro negocia com o governo da Rússia a compra de um sistema de defesa antiaérea inédito no país, informa reportagem de Igor Gielow, publicada nesta quarta-feira pela Folha.
A aquisição poderá mudar o Brasil de patamar em termos de capacidade de defesa, acrescentará temperatura ao processo de militarização da América Latina e poderá provocar reações em Washington.
Rússia rebate críticas do Irã sobre baterias de defesa antiaérea
Plano antimíssil antigo dos EUA trazia mais desgaste que ganhos
Segundo a reportagem, uma comitiva brasileira esteve em agosto na Rússia para avaliar o sistema, o Tor-M2E. Uma equipe de dez técnicos russos irá expor mais detalhes de sua proposta em uma reunião hoje no Quartel-General do Exército, em Brasília.
O Tor-M2E é a mais recente geração de um sistema de defesa com mísseis terra-ar desenvolvido na antiga União Soviética e considerado o mais eficaz modelo em operação no mundo. Ele serve para abater aviões, helicópteros, armas de alta precisão e mísseis, usando radar.








terça-feira, 24 de novembro de 2009

Lula defende direito de Irã manter programa nuclear pacífico

Em troca, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, apoia a pretensão do Brasil de ocupar vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU
REDAÇÃO ÉPOCA
Eraldo Peres/AP
BONS AMIGOS
Lula e Ahmadinejad no Palácio do Itamaraty, em Brasília. O presidente iraniano disse que o brasileiro é um 'bom amigo'
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (23), em Brasília, o direito do Irã de manter um programa nuclear pacífico, marcando, de forma oficial, a posição do Brasil em um dos temas mais espinhosos das relações internacionais atualmente. Em contrapartida, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, declarou apoio à pretensão do Brasil de ingressar no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), ao mesmo tempo em que pediu reformas profundas no grupo.
Em seu discurso, Lula disse sonhar com um Oriente Médio livre de armas nucleares, como ocorre na América Latina, e deixou claro que o Irã deve seguir os acordos internacionais, como o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. “Reconhecemos o direito do Irã de desenvolver um programa nuclear com fins pacíficos e com respeito aos acordos internacionais e esse é o caminho que o Brasil vem trilhando”, afirmou Lula. “Não proliferação e desarmamento nuclear devem andar juntos”, disse.
Há anos o Irã tenta desenvolver um programa nuclear supostamente pacífico, que teria a medicina e a produção de energia como objetivos principais. O problema é que Teerã jamais conseguiu convencer as potências de que seu programa não tem fins militares.
O tom bélico de Ahmadinejad – que prega a destruição de Israel – e os intermináveis jogos de guerra do Irã, em especial os testes com mísseis, tornam ainda mais difícil que o país persa encontre apoio internacional.
Em outubro, Irã, Estados Unidos, França e Rússia acertaram acordo preliminar com algumas medidas que o país teria que cumprir para manter seu programa nuclear. Entre elas estava o envio do urânio (combustível dos reatores) para a Rússia, onde seria enriquecido e devolvido ao Irã. Isso evitaria que Teerã pudesse enriquecer o combustível a um nível que permitisse a construção de armas nucleares, mas o Irã não referendou o chamado acordo de Viena, e mantém seu programa nuclear à revelia das Nações Unidas.
Em troca da manifestação de Lula, Ahmadinejad apoiou a entrada do Brasil como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU. O iraniano afirmou que os países que atualmente têm assento permanente no órgão (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) contribuíram para conflitos no mundo e disse que o poder de veto dessas nações contribuiu para o conselho "fracassar nos últimos 60 anos". “Precisamos elaborar um novo plano, um novo modelo, para gerenciar o futuro do mundo. O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve passar por mudanças fundamentais", afirmou o iraniano.
Ahmadinejad, que foi recebido em Brasília sob protestos de grupos a favor e contra sua visita, disse que Lula era um "bom amigo". "Brasil e Irã são dois países importantes e atuam em duas regiões bastante sensíveis do mundo. O mundo hoje enfrenta desafios de dimensões formidáveis. Tem havido um crescente ceticismo, falácias, e também vemos a continuidade de políticas por nações que desejam manter e continuar seu domínio no mundo", disse. Essa foi a primeira visita oficial de Ahmadinejad ao Brasil.
Brasil e Irã assinaram três acordos: um de cooperação comercial entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Câmara de Comércio e Indústria do Irã; outro de supressão de exigência de visto para passaportes diplomáticos; e um terceiro para estimular o intercâmbio cultural. Lula e Ahmadinejad assinaram também memorandos de cooperação e entendimento nas áreas de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, Comércio Exterior e entre os bancos centrais dos dois países. Foi firmado um convênio entre a Embrapa e a Organização para Pesquisa e Educação e Extensão Agrícola do Irã. E o presidente brasileirou afirmou que haverá uma parceria em projetos de energia elétrica e para levar a "experiência brasileira veículos movidos a gás e etanol" ao Irã.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Morte digna: Patrick Swayze encerra tratamento

O ator Patrick Swayze desistiu do tratamento médico contra o câncer. O ator de 56 anos disse que tomou esta decisão depois de que os médicos disseram que haveria muito pouco que poderiam fazer.
Ele foi diagnosticado apenas um ano atrás de câncer de pâncreas, uma das mais fatais formas da doença. A maioria dos pacientes vive menos de seis meses depois de ser diagnosticado com este tipo de câncer.
Um amigo da família afirmou que o objetivo é manter Patrick Swayze confortável, que sua condição é inoperável e que ele parou com a quimioterapia. Ele ainda está perdendo peso e está muito fraco.
O amigo disse: “Patrick se vê como um cowboy e está determinado a morrer usando suas botas e sem arrependimentos.”
Em uma entrevista no começo deste mês Patrick afirmou desejar viver mais cinco anos, mas de acordo com as estatísticas teria apenas mais dois anos. “Há mais coisas que eu quero fazer. Eu quero viver até que eles encontrem uma cura”, disse o ator na entrevista.
Ele também afirmou: “Sim, estou com medo. Sim estou com raiva. Sim estou (me perguntando) ‘Porque eu?’”
Mesmo sabendo da doença durante as filmagens ele se recusou a parar de filmar a série de TV chamada “The Beast” e também não aceitou tomar analgésicos, pois poderiam afetar sua performance. A série estreou nos EUA nesta semana.
No ano passado um professor universitário morreu da mesma doença que
acometeu Patrick Swayze. Randy Pausch ficou famoso pelo grande otimismo que
mostrou em sua “última palestra” antes de morrer quando vivia uma situação muito
similar a de Patrick Swayze.


Comentário:
Grande ator, grande talento que nos deixa, mas ficará em nossas memórias com atuações marcantes na história do cinema, sendo merecida a sua estrela na Calçada da Fama.
Patrick Swayze lutou bravamente até o últmo momento, mantendo-se firme diante da morte iminente, mantendo uma postura que poucos teriam estando tão perto do fim.
Alguns trabalhos notáveis do ator:
Crepúsculo de Aço;
Caçadores de Emoção;
Ghost - Do outro lado da vida;
Dirty Dancing - Ritmo Quente...
Que Deus te receba em seus braços Patrick. 
Patrick Wayne Swayze (Houston, 18 de agosto de 1952Los Angeles, 14 de setembro de 2009)


Por Daniel Nascimento.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Keane



Keane é uma banda inglesa de piano rock, da cidade de Battle, East Sussex. A banda é formada por Tim Rice-Oxley, compositor e pianista, Tom Chaplin, vocalista e Richard Hughes na bateria. Eles tinham um guitarrista, Dominic Scott, que deixou a banda em 2001. A voz de Chaplin, que canta freqüentemente em falsete, é uma importante característica da banda.

Eles citaram muitas influências, incluindo The Beatles,The Ramones, U2, Depeche Mode, A-Ha, Oasis, R.E.M., The Smiths, Radiohead, Queen, Pet Shop Boys e Paul Simon[1].

Tim Rice-Oxley e Dominic Scott foram os principais compositores da banda em seus primeiros anos. Quando Scott a deixou em 2001, Rice-Oxley tornou-se o principal compositor. Chaplin e Hughes davam suas contribuições, respectivamente no vocal e bateria. Rice-Oxley creditava a eles, também, as composições, enquanto Keane participava num esquema similar ao do U2, quando então o dinheiro era repartido entre os membros da banda.

História

O grupo foi formado por volta de 1995 por Tim Rice-Oxley (baixo, guitarra e vocal), Dominic Scott (guitarra e vocal) e Richard Hughes (bateria). Em 1997, Tom Chaplin (vocal e guitarra) passa a integrar a banda. Nessa mesma época, adota-se também o teclado como um dos instrumentos básicos. No ano seguinte, decidem se mudar para Londres,tendo vivenciado uma temporada na França. Em fevereiro de 2000 lançam o primeiro single, 'Call Me What You Like', e em junho de 2001, 'Wolf At The Door', ambos pelo selo Zoomorphic. Descontente com a falta de sucesso da banda e com diferenças musicais em relação a seus companheiros, Dom deixa a banda em 2001. Após o choque da saída do amigo e um tempo sem shows, em que "repensam" seu som, voltam aos palcos e, em dezembro de 2002, já sem nenhuma guitarra e com o piano (tocado por Tim) como instrumento principal, são convidados a gravar pelo selo Fierce Panda. O resultado desse encontro são os singles 'Everybody's Changing' e 'This Is The Last Time'. Depois do destaque que esses singles obtiveram, a banda assina com a gravadora Island Records em setembro de 2003 e, em maio do ano seguinte, lança seu álbum de estréia, Hopes And Fears, que dá notoriedade mundial a esta singular e excelente banda. 2005 fica marcado como o ano de sua consagração, com as premiações Ivor Novello de Música do Ano para "Everybody's Changing" e dois Brit Awards (Melhor Revelação Britânica e Melhor Álbum Britânico). O segundo álbum, Under The Iron Sea, foi lançado no dia 12 de junho de 2006 no mundo todo, exceto Estados Unidos e Canadá, onde o lançamento aconteceu no dia 20 do mesmo mês. Em 2008, lançam Perfect Symmetry, tanto em cd como em dvd. Iniciam longa turnê e em 2009 vêm ao Brasil, para depois seguir para o Japão e demais lugares. Em agosto voltam ao Japão e parte da Ásia, como a Coréia do Sul.


Discografia

Keane no Lowlands Festival, 2004

Álbuns

[editar] Estúdio

Ao Vivo

EP

Singles

  • Call Me What You Like - Zoomorphic, 31 de janeiro 2000
  • Wolf At The Door - Zoomorphic, 1 de junho 2001
  • Everybody's Changing - Fierce Panda, 12 de maio de 2003
  • This Is The Last Time - Fierce Panda, 13 de outubro de 2003
  • Somewhere Only We Know - Universal Music, 16 de fevereiro de 2004
  • Everybody's Changing - Universal Music, 3 de maio de 2004
  • Bedshaped - Universal Music, 16 de agosto de 2004
  • This Is The Last Time - Universal Music, 22 de novembro de 2004
  • Bend And Break - Universal Music, 25 de julho de 2005
  • Atlantic - Universal Music, 21 de abril de 2006
  • Is It Any Wonder? - Universal Music, 29 de maio de 2006
  • Crystal Ball - Universal Music, 21 de agosto de 2006
  • Nothing In My Way - Universal Music, 30 de outubro de 2006
  • A Bad Dream - Universal Music, 22 de janeiro de 2007
  • The Night Sky - Universal Music, 29 de novembro de 2007
  • Spiralling - Universal Music (somente para download), 4 de agosto de 2008
  • The Lovers Are Losing - Universal Music, 20 de outubro de 2008
  • Perfect Symmetry - Universal Music, 29 de dezembro de 2008
  • Better Than This - Universal Music, 16 de março de 2009

DVD

  • Strangers - Universal Music, 14 de novembro de 2005
  • Keane Live - Universal Music, 19 de novembro de 2007
  • Keane Curate A Night For War Child - St2 Music, 15 de setembro de 2008

domingo, 6 de setembro de 2009

Campeonato Norte Nordeste de Natação Master 2009

Defesa da Amazônia


DEFESA DA AMAZÔNIA

ENTREVISTA: GELIO FREGAPANI

A Amazônia será ocupada. Por nós, ou por uma ou mais potências estrangeiras 25.02.2005

Brasília - O problema crucial da Amazônia é que ainda não foi ocupada. Ledo engano é supor que a região pertence de fato ao Brasil. Será, sim, do Brasil, quando for desenvolvida por nós e devidamente guardada. Daí porque às potências estrangeiras não interessa o desenvolvimento da Amazônia. Por enquanto, Estados Unidos, Inglaterra e França, principalmente, lançam mão, com esse objetivo, da grita ambientalista. Com a região intocada, matam dois coelhos com uma cajadada: mantêm os cartéis agrícolas e de minerais e metais. Dois exemplos: a soja da fronteira agrícola já ameaça a soja americana; e a exploração dos fabulosos veios auríferos da Amazônia poriam em cheque as reservas similares americanas e poderia mergulhar o gigante em recessão.

O outro coelho é que, despovoada, inexplorada e subdesenvolvida, não haverá grandes problemas para a ocupação militar da região. Aliás tudo já está preparado para isso. A reserva Ianomâmi - etnia forjada pelos ingleses -, do tamanho de Portugal e na tríplice fronteira em litígio Brasil, Venezuela e Guiana, é a maior e mais rica província mineral do planeta. As Forças Armadas e a Polícia Federal não podem nela entrar, por força de lei. Pois bem, já há manifestação na Organização das Nações Unidas (ONU) de torná-la nação independente do Brasil, por força de armas, se necessário.

É disso que trata esta entrevista, que o maior conhecedor da Amazônia, Gelio Fregapani, concedeu, com exclusividade, ao Enfoque Amazônico. Gelio Fregapani, ironicamente gaúcho, é o mentor da Doutrina Brasileira de Guerra na Selva. Para atingir a capacidade de iniciativa de tal magnitude já esteve em praticamente todos os locais habitados e muitos dos desabitados da Amazônia, inclusive a selva, aquela que poucos conhecem e que nem uma hecatombe nuclear destruiria. Fala também mais de uma língua indígena.

Fregapani já conduziu geólogos a lugares ínvios, chefiou expedições militares e coordenou expedições científicas às serras do extremo norte e onde dormem as maiores jazidas minerais da Terra. Desenvolveu também métodos profiláticos para evitar doenças tropicais, tendo saneado as minas do Pitinga e a região da hidrelétrica de Cachoeira Porteira. Coronel do Exército, serviu à força durante quatro décadas, quase sempre ligado à Amazônia, tendo fundado e comandado o Centro de Instrução de Guerra na Selva.

Há mais de três décadas, vem observando a atuação estrangeira na Amazônia, o que o levou a escrever Amazônia - A grande cobiça internacional (Thesaurus Editora, Brasília, 2000, 166 páginas), apenas um título de sua bibliografia. Ele está convencido de que a grita dos ambientalistas serve a interesses americanos e de que a ferrugem da soja foi introduzida no Brasil por concorrentes da grande nação do norte. Para Fregapani, a vocação da Amazônia, além da produção de metais, é a silvicultura. "Se nós plantarmos 7 milhões de hectares de dendê na Amazônia, extrairemos 8 milhões de barris de biodiesel por dia, o que equivale à produção atual de petróleo da Arábia Saudita."

Fregapani não descarta guerra pela ocupação da Amazônia. "A Amazônia será ocupada. Por nós ou por outros" - adverte. Vamos à entrevista.

Assassinatos no interior do Pará tornaram-se banais. Por que a região está convulsionada?

Vou me arriscar a fazer um pequeno comentário sobre o Pará, mas friso que não sou nenhum especialista na área, que não é da minha especial atenção. Acontece que aquela área é limite da expansão agrícola, que vai continuar, primeiro, pela exploração madeireira; depois, de gado; e depois, de agricultura. Os Estados Unidos preocupam-se especialmente com a tomada do mercado deles de soja. Nós produzimos soja mais barata do que eles, pela nossa quantidade de água, de terras baratas e de insolação. Então, fazem todo o possível para prejudicar-nos. Pessoalmente, estou convencido de que eles introduziram - não quero dizer o governo deles; talvez as companhias deles - a ferrugem da soja e usam o meio ambiente como uma forma de travar o nosso progresso. Nesse uso do meio ambiente se inclui a corrupção existente em alguns dos nossos órgãos; o idealismo, tolo, de algumas das nossas entidades que querem deixar a mata intocada e o nosso povo sem emprego; e, principalmente, a atuação, nefasta, de várias ONGs, como a WWF (Wold Wildlife Fund). Eu acredito que nesse contexto muito desses conflitos são provocados por interesses externos. Se o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) fizesse corretamente seu papel e se as reintegrações de posse fossem cumpridas certamente não haveria muitos desses conflitos. É claro que pouca gente vê o resultado do esforço de toda sua vida sem reagir. E quando a Justiça não atende, algumas pessoas farão justiça com as próprias mãos.

Qual é a maneira legítima de ocupação da Amazônia?

A Amazônia será ocupada. Por nós, ou por outros. Numa humanidade em expansão, com uma série de terras superpovoadas, uma terra despovoada e habitável, ela será ocupada. Por quem? Nós temos, legitimamente, a posse, mas essa legitimidade não nos garante o futuro. Se nós não ocuparmos a Amazônia, alguém a ocupará. Se nós não a utilizarmos, alguém vai utilizá-la. Portanto a questão é: devemos ocupá-la, ou não? Nós somos brasileiros, então devemos ocupá-la. Se nós nos achamos cidadãos do mundo, então podemos permitir a ocupação por outros. Como ocupar? Estávamos falando da área do Pará que é a periferia da selva. Essa história de Amazônia Legal é uma falácia, feita para incluir nos benefícios da Amazônia algo que não tem nada a ver com a Amazônia real, que é aquela selva que nós todos conhecemos. Nessa periferia está a agricultura. Então, ela será ocupada, fatalmente, pela agricultura, até para alimentar o mundo. Os madeireiros não fazem o mal à selva que os ambientalistas falam. Os madeireiros pegam espécies selecionadas, que interessam ao mercado. É claro que eles abrem picadas para chegar até essas árvores, mas isso não faz dano á floresta, porque há milhões de pequenas árvores, chamadas de filhotes, que estão lá, há muitos anos, esperando uma chance de chegar ao sol para poder crescer. Quando uma árvore é abatida, aqueles filhotes que estão em redor crescem numa velocidade espantosa, na disputa para ver qual dos indivíduos vai substituir a árvore que foi abatida. Isso não altera em nada a floresta. Mas a fronteira pioneira vai avançando. Nessas trilhas, irão colonos, que procurarão fazer um corte para colocar o gado. Isso faz com que o Brasil tenha o maior rebanho de gado fora da Índia, e que abastece o mundo de carne. Há quem ache ruim. Há quem queira as árvores e não o gado. Depois, pela valorização, essas terras serão usadas pela agricultura. Essa é a forma natural de ocupação, embora lenta, pois precisamos ocupar a Amazônia de uma forma mais veloz. Contudo, tanto o gado como a agricultura, não poderão ficar na área de floresta mesmo. Não porque os ambientalistas querem. É porque a floresta não deixa. Na floresta, fora dessa área de transição, de periferia, na floresta úmida, real, as árvores crescem com uma rapidez incrível. Primeiro vem uma árvore pioneira, a imbaúba, e sob a sombra da imbaúba cresce a verdadeira floresta. Em dois anos, as imbaúbas já estão com mais de 40 metros. Então, não é possível uma agricultura, como nós a concebemos no Sul, ou no Hemisfério Norte, porque a floresta não deixa. O correto seria a silvicultura, ou seja, a substituição de árvores por outras árvores. Muitas outras árvores são interessantes para substituir aquelas árvores de menos valor. A castanheira, a seringueira... mas, no momento, o que chama atenção, mesmo, é o dendê.

Dendê?

As reservas de petróleo estão diminuindo no mundo e o consumo está aumentando. Vai chegar um momento que o uso de petróleo será inviável. Eu não estou dizendo que o petróleo vai acabar. Sempre vai sobrar um pouco, ou um achado novo, mais fundo, mas o uso do petróleo, como fazemos atualmente, está com seus dias contados. Além do mais, os Estados Unidos estão procurando tomar conta de todas as jazidas que existem no mundo e alguns países estão realmente preocupados com isso. A Alemanha, que já sabe muito bem o que é falta de energia, um bloqueio, está plantando canola para substituir diesel, e já tem alguns milhares de postos fornecendo biodiesel aos consumidores. A canola produz por hectare 20 vezes menos do que o dendê, que precisa só de calor, sol e água. Exatamente o que abunda na Amazônia. Se nós plantarmos 7 milhões de hectares de dendê na Amazônia, extairemos 8 milhões de barris de biodiesel por dia, o que equivale à produção atual de petróleo da Arábia Saudita, que tende a declinar. O Japão mandou o seu primeiro ministro ao Brasil para tratar de biodiesel. O Japão não tem um lugarzinho nem para plantar canola. A China tem muito carvão, mas tem pouco petróleo; ela também está reunida com o Brasil, pedindo que o Brasil faça biodiesel. O mundo tem fome de biodiesel. Essa, me parece, que é a melhor ocupação da Amazônia. Sete milhões de hectares plantados seria uma área menor do que a área Ianomâmi. Nós teríamos 200 milhões de hectares plantados, se quiséssemos, produzindo biodiesel. Sete milhões de hectares plantados criarão aproximadamente 6 milhões de empregos. Isso contribuiria para atingir a meta de 10 milhões de empregos do presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva). Isso tornaria o Brasil rico e começaríamos a ocupar a Amazônia.

Há possibilidade de guerra pela ocupação da Amazônia?

Sabemos que haverá pressões, sabemos que outros tentarão ocupar a Amazônia, sabemos que se nós não a ocuparmos, certamente teremos uma guerra pela ocupação. E guerra que ninguém garante que nós vamos vencer. A necessidade de ocupação da Amazônia é um fato e a melhor forma é deixar prosseguir a fronteira agrícola, ao mesmo tempo que no interior da floresta. E quanto mais perto das serras que separam o Brasil dos países ao norte, melhor. É nítido o desejo dos povos desenvolvidos tomarem conta das serras que separam o Brasil da Venezuela e da Guiana, por dois motivos: para evitar que o Brasil concorra com seus mercados e como reserva futura de matéria-prima. Podemos substituir as árvores nativas pelo dendê e, com isso, conseguiremos tudo o que precisamos. Atenderia a 6 milhões de trabalhadores rurais e acabaria até com o problema dos sem-terra. Essa solução é tão vantajosa para o Brasil que para mim é incompreensível que isso não esteja com destaque na grande mídia, não esteja na discussão de todos os brasileiros, embora eu tenha consciência que está na discussão dos ministros e do presidente.

A quem interessa a grita dos ambientalistas na Amazônia?

Há três países especialmente interessados nisso: os Estados Unidos, a Inglaterra e a Holanda. Eles têm coadjuvantes: França, Alemanha e outros; até mesmo a Rússia já se meteu, no tempo de Gorbachev. Mas o interesse dos Estados Unidos é mais profundo. Se nós explorarmos o ouro abundante da Amazônia, vai cair o preço do ouro, e isso vai diminuir o valor das reservas dos Estados Unidos, onde está certamente a maior parte do ouro governamental do mundo. Isso seria um baque para os Estados Unidos, talvez pior do que perderem o petróleo da Arábia Saudita. A Inglaterra, não é de hoje, sempre meteu o bedelho nessas coisas. A Holanda, que é o país que mais modificou seu meio ambiente, tendo retirado seu território do mar, também tem umas manias loucas em função do meio ambiente. A grita ambientalista atende principalmente aos Estados Unidos, para cortar a exploração do ouro, e também para não atrapalhar seu mercado de soja. À Inglaterra interessa o estanho, mercado que sempre dominou. Uma só jazida de estanho na Amazônia, do Pitinga, quebrou o cartel do estanho, fazendo despencar o preço de US$ 15 mil a tonelada para menos de US$ 3 mil. Agora está em US$ 7.500, mas não voltou aos US$ 15 mil por causa de uma única jazida. Reconheço que há ambientalistas sinceros, que acreditam nessas falácias, nessas mentiras, ostensivas, como a de que a Amazônia é o pulmão do mundo e que os pólos estão derretendo por causa disso e por causa daquilo. Os pólos estão derretendo porque ciclicamente derretem e se alguma coisa influi nisso são os países industrializados.

A abertura de estradas na Amazônia é necessária?

Quando foi aberta a Belém-Brasília, a Amazônia era como se estivesse noutro continente. Nós poderíamos chegar lá, sem dúvida, de navio ou de avião. A Belém-Brasília rasgou apenas 600 quilômetros de selva, mas essa área já está povoada, é definitivamente nossa. Tem conflitos, mas tem riquezas, tem um rebanho enorme e começa a produzir alimentos vegetais. A Transamazônica não teve o mesmo sucesso porque devia ter sido construída por etapas. A estrada especialmente estratégica, que garantiria para o Brasil a posse da Amazônia, que seria a Perimetral Norte, não saiu do papel. Mas somente estradas podem povoar a Amazônia. Elas terão que ser abertas.

Quais são os pontos específicos da Amazônia que interessam às potências estrangeiras?

As serras que separam o Brasil da Venezuela e da Guiana, e um pouquinho da Colômbia. Lá é que estão as principais jazidas e minerais do mundo. É lá que eles forçam para a criação de nações indígenas e, quem sabe, vão forçar depois a separação dessas nações indígenas do Brasil. Um segundo ponto é a orla da floresta, essa transição da floresta para o cerrado, perfeitamente apta à agricultura. Isso entra em choque com os interesses agrícolas dos Estados Unidos. O interior real da floresta, esse é desabitado, desconhecido e é mais falado pelos ambientalistas sinceros, mas ignorantes, aqueles que julgam que a floresta tem que ser preservada na sua totalidade, mesmo que o povo brasileiro fique desempregado, faminto e submisso às potências, que construíram o seu progresso modificando o meio ambiente. Não há como haver progresso sem modificar o meio ambiente. Nós temos, às vezes, algumas falácias nisso. Os ambientalistas não querem que se construa barragens nem que se faça irrigação. Não existe desperdício maior do que o rio jogar água no mar. O ideal é que a água fosse usada toda aqui dentro.

Trafica-se animais, plantas e até sangue de índio da Amazônia.

A Rússia tem aquela imensidão da Sibéria, quase despovoada, inabitável mesmo, e com muito menos animais do que pode conter a floresta amazônica. E, para ela, é uma imensa riqueza a exploração de peles. Naturalmente, os ribeirinhos tem que caçar. Os animais são desperdiçados por leis ambientais erradas. Esses animais acabam sendo levados para países vizinhos e de lá são exportados. O que nós teríamos que fazer é uma regulamentação e não uma proibição. Quanto à história de sangue de índio, até onde eu saiba, andaram aí coletando para fazer pesquisas. O que querem com essas pesquisas? Não é prático, no meu entender, coletar sangue para contrabandeá-lo. Quanto à exploração de espécies vegetais, ou à biopirataria, eu também não me assusto muito com isso, porque, uma vez que se vê que uma planta cure alguma coisa, vai se procurar o princípio ativo e produzi-lo sinteticamente. A pesquisa disso, no meu entender, traria bem para a humanidade. Se bem que eu gostaria que nós fizéssemos isso e não que os estrangeiros patenteiem e depois queiram vender para nós. Esses aspectos são mais emocionais e direcionados para que a gente não explore nada.

É verdade que a população indígena foi reduzida drasticamente desde o descobrimento do Brasil?

Mais de 30 milhões de brasileiros que se consideram brancos têm sangue indígena. Temos, portanto, mais de 30 milhões de descendentes de indígenas. Se considerarmos que havia 3 milhões de indígenas na chegada de Cabral e se há 30 milhões de seus descendentes entre os que se consideram brancos nós vemos que a população indígena não foi reduzida; foi ampliada. O que certamente acontecerá não é a eliminação do índio; é a eliminação de suas sociedades, por serem anacrônicas. A sociedade medieval já acabou. A sociedade dos samurais também. A sociedade dos mandarins também. Por que tem de ser mantida uma sociedade que não cabe no mundo moderno? Os valores tribais não são facilmente aceitos por pessoas evoluídas. Canibalismo pode ser aceito? Sinceramente, no meu entender, não. O assassinato de filhos, como cultura, não como delito, pode ser aceito? Isso não é compreensivo para mim. A nossa ingenuidade talvez nos leve a achar que devemos preservar a mata nativa e deixar o povo com fome.

Os ianomâmis são uma nação verdadeira ou forjada?

Absolutamente forjada. São quatro grupos distintos, lingüisticamente, etnicamente e, por vezes, hostis entre eles. A criação dos ianomâmis foi uma manobra muito bem conduzida pela WWF com a criação do Parque Ianomâmi para, certamente, criar uma nação que se separe do Brasil. O Parque Ianomâmi é uma região do tamanho de Portugal, ou de Santa Catarina, onde, segundo afirmação da Funai (Fundação Nacional do Índio) há 10 mil índios. A Força Aérea, que andou levando o pessoal para vacinação, viu que os índios não passam de 3 mil. Ainda que fossem 10 mil, há motivo para se deixar a área mais rica do país virtualmente interditada ao Brasil? O esforço deveria ser no sentido de integrá-los na comunidade nacional. Nenhuma epidemia vai deixar de atingir índios isolados. A única salvação, nesse caso, é a ciência médica. A área ianomâmi é imensa e riquíssima, está na fronteira e há outra área ianomâmi, similar, no lado da Venezuela.

Então, está tudo pronto para a criação de uma nação. Um desses pretensos líderes, orientado naturalmente pelos falsos missionários americanos, Davi Ianomâmi, já andou pedindo na ONU uma nação, e a ONU andou fazendo uma declaração de que os índios podem ter a nação que quiserem. No discurso de Davi, ele teria dito que querem proteção contra os colonos brasileiros, que os querem exterminar.

Qual é a grande vocação da Amazônia?

Duas. Uma é a mineração. E a outra é a silvicultura. Particularmente a silvicultura do dendê, que, certamente, vai suprir o mundo de combustível em substituição ao petróleo. Em menos de duas décadas, o biodiesel e o álcool terão substituído o diesel e o petróleo em quase todo o mundo. Lugar algum oferece melhores condições para essa produção do que a Amazônia.

E o turismo?

É um pequeno paliativo. Não é suficiente para desenvolver a Amazônia. A Amazônia nunca será uma Suíça, uma Espanha...

A falta de ocupação da Amazônia é, então, o grande problema da região?

É o grande problema do Brasil. A Amazônia será ocupada, de um jeito ou de outro. Por nós ou por outros. A solução da ocupação não é para a Amazônia, é para o nosso país, se quisermos ter a Amazônia.

Colaboração: Cel RR PMMT Léo G. Medeiros


Meu comentário.


Acredito que o Brasil hoje precisa de Brasileiros e políticos com mais senso de patriotismo e amor a nação, o que vemos hoje no Senado e na Câmara Federal são agentes públicos, em sua grande maioria preocupados com o próprio bolso e no quanto podem ganhar à custa do povo, o mesmo povo que os elegeu.

Isso se reflete diretamente nas constantes ameaças que o Brasil vem sofrendo ao longo das décadas, nações “amigas” tentando de todo jeito preparar terreno para uma futura internacionalização da Amazônia.

Se tivéssemos políticos comprometidos verdadeiramente com a Soberania Nacional, já teríamos dado uma resposta ao mundo, de que forma? Investindo em nossas forças armadas, mostrando que podemos defender nossas riquezas e a integridade territorial, criando uma indústria de defesa própria e nos preparando para o inevitável ou pelo menos mostrar que uma investida militar teria um custo muito alto a ser pago pela nação invasora.

Recentemente o STF Perdeu a oportunidade de corrigir a sucessão de equívocos que, há duas décadas, vão consumando a perda de soberania e integridade territorial na Amazônia. Uma mudança de rumo levaria ao questionamento interno de várias demarcações e, por isso, a pressões externas sobre um País intimidado diante de reações internacionais que prejudiquem interesses menores, principalmente no campo comercial. Um País que ignora ou despreza as lições da história sobre as relações de poder entre nações e, assim, arrisca irresponsavelmente a segurança de futuras gerações a quem caberá pagar a conta. A Amazônia não é uma questão de direito, mas sim do jogo internacional de poder, onde a estratégia do mais forte molda o direito de acordo com o seu interesse.

"Se demonstras força, todos

querem ser teus aliados.

Ao contrário, se mostras fraqueza,

ninguém te dará importância.

E, se tendo riquezas, não demonstras

força, atrairás sobre tua cabeça

todas as ambições do mundo."

(Ciro, Rei da Pérsia)